Existem alguns princípios, aprendidos desde a infância, que nos predispõem a autodesvalorização.
O primeiro deles é o perfeccionismo.
É a obrigação de nunca errar. É o apego excessivo ao “ótimo” em todas as circunstâncias da vida. Querer fazer as coisas bem feitas não só é legítimo como é altamente motivador.
Isso é diferente de ter a obrigação de sempre acertar e de sempre fazer as coisas bem.
Essa ânsia de perfeição está ligada ao desejo de sempre corresponder às expectativas dos outros, ainda que essas expectativas estejam tão internalizadas que pareçam ser nossas.
Fazer as coisas com perfeição não nos garante importância real. Aceitar os erros como inerentes às limitações humanas, nos fará vê-los como ocasião de aprendizado e não como motivos para o sentimento de culpa. Mais importante que o resultado final é o nosso empenho no momento presente em realizar nossas atividades. Esse pensamento pode nos levar a substituir o princípio perfeccionista pelo principio da inteireza. Ser inteiro em nossas ações é fazê-las com amor, com dedicação, com totalidade, ainda que o resultado não saia como gostaríamos.
Outro princípio nefasto à nossa auto-estima é a necessidade compulsiva de aprovação alheia. Quando crianças, aprendemos que todo o nosso valor se baseava na aprovação dos pais. A criança se reconhece a partir do olhar aprovador ou desaprovador do adulto. À medida que crescemos, seria natural que deixássemos de nos dirigir de fora e passássemos a ser dirigidos de dentro de nós mesmos.
Para a maioria isso não acontece e sua auto-estima se baseia infantilmente na aprovação alheia, nos elogios e comentários de terceiros. Nessa situação, quando alguém nos critica ou não reconhecem aquilo que fazemos, sentimo-nos frustrados, decepcionados e com pouca valia. Saber lidar com a crítica é o primeiro passo para quem quer fortalecer sua autoconfiança. O fato de alguém criticar nossos comportamentos não tira o nosso valor como pessoa humana. Se quisermos nos amar, cada vez mais devemos consentir na idéia que todos nós temos um grande valor: o fato de sermos humanos e de existirmos.
Via Amigos do Freud
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