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sábado, 4 de julho de 2009

AME E DÊ VEXAME!

VOCÊ AMA AQUELA PETULANTE.
VOCÊ ESCREVEU DÚZIAS DE CARTAS QUE ELA NÃO RESPONDEU.
VOCÊ DEU FLORES QUE ELA DEIXOU A SECO, VOCÊ LEVOU PARA CONHECER A SUA MÃE E ELA FOI DE BLUSA TRANSPARENTE.
ENTÃO?
ENTÃO QUE ELA TEM UM JEITO DE SORRIR QUE O DEIXA IMOBILIZADO, O BEIJO DELA É VICIANTE E VOCÊ ADORA BRIGAR COM ELA E ELA ADORA IMPLICAR COM VOCÊ.
ISSO TEM NOME.

VOCÊ AMA AQUELE CAFAJESTE.
ELE DIZ QUE VAI LIGAR E NÃO LIGA.
ELE NÃO EMPLACA UMA SEMANA NOS EMPREGOS, ESTÁ SEMPRE DURO, E É MEIO GALINHA.
ELE NÃO TEM A MENOR VOCAÇÃO PARA PRÍNCIPE ENCANTADO, E AINDA ASSIM VOCÊ NÃO CONSEGUE DESPACHÁ-LO.
POR QUE VOCÊ AMA ESTE CARA ?

AH, O AMOR, ESSA RAPOSA. QUEM DERA O AMOR NÃO FOSSE UM SENTIMENTO E SIM UMA EQUAÇÃO MATEMÁTICA:
EU LINDA + VOCÊ INTELIGENTE IGUAL A DOIS APAIXONADOS.
NÃO FUNCIONA ASSIM.
NINGUÉM AMA OUTRA PESSOA PELAS QUALIDADES QUE ELA TEM.
CASO CONTRÁRIO OS HONESTOS, SIMPÁTICOS E NÃO-FUMANTES TERIAM UMA FILA DE PRETENDENTES BATENDO À PORTA.
O AMOR NÃO OBEDECE À RAZÃO.

AMA-SE PELO CHEIRO, PELO MISTÉRIO, PELA PAZ QUE O OUTRO LHE DÁ OU PELO TORMENTO QUE PROVOCA.
AMA-SE JUSTAMENTE PELO QUE O AMOR TEM DE INDEFINÍVEL.
HONESTOS EXISTEM AOS MILHARES, GENEROSOS TEM ÀS PENCAS, BONS MOTORISTAS E BONS PAIS DE FAMÍLIA, TÁ ASSIM, Ó.
MAS NINGUÉM CONSEGUE SER DO JEITO QUE O AMOR DA SUA VIDA É.

Texto extraído do livro "Ame e dê Vexame", Editora Novo Paradigma
(escrito por Roberto Freire).

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